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EstudoCCEE mostra crescimento de 3,9% no consumo de energia elétrica no Brasil em 2024
A Indústria e as grandes empresas que compram seu fornecimento de energia no mercado livre ajudaram a impulsionar o resultado do ano, com destaque para os setores de saneamento, serviços e comércio
Publicado em: 27/02/25 10:48 hs | Atualizado em 27/02/25 13:58 hs
O Brasil consumiu 3,9% mais energia elétrica em 2024 do que em 2023 e ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 70 mil megawatts (MW) médios. É o que mostra estudo lançado nesta quinta-feira (27) pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, organização que acompanha em tempo real todas as principais movimentações do setor. Segundo o levantamento, dois grandes fatores explicam o resultado: o calor intenso registrado ao longo do país no primeiro semestre, que acabou se contrapondo às temperaturas mais brandas na segunda metade do ano, aliado a uma maior atividade industrial e de setores como serviços e comércio.
No mercado regulado, aquele em que os consumidores compram sua energia diretamente das distribuidoras, houve uma alta muito leve, de 0,1%. As variações do clima levaram a um uso mais intenso de aparelhos de ar-condicionado nas residências e pequenas empresas nos primeiros meses de 2024, mas o cenário se inverteu a partir de julho, o que explica o saldo neutro nesse segmento.
Já o mercado livre, segmento no qual é possível escolher o próprio fornecedor de energia e negociar condições de contrato, o consumo saltou 10,5% no comparativo anual. O crescimento reflete uma combinação da maior atividade em alguns setores produtivos e a entrada massiva de novos consumidores no ambiente, após sua abertura para todos aqueles conectados na alta tensão, que ocorreu em janeiro de 2024.
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Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE, destaca a importância dos dados para o país: “o consumo de energia funciona como um bom indicador antecedente da produção industrial e da atividade comercial no Brasil. O fato de termos utilizado mais eletricidade aponta que acionamos mais as nossas fábricas, abrimos mais lojas e ampliamos o funcionamento dos serviços”.
Consumo por ramo de atividade econômica
A CCEE acompanha o consumo em 15 setores da economia que compram energia elétrica no mercado livre e todos apresentaram alta na comparação anual. Os três que tiveram o maior avanço porcentual em 2024, na comparação com o ano anterior, foram saneamento (47,9%), serviços (21,7%) e comércio (20,1%).
O primeiro foi positivamente influenciado pela migração de empresas para o ambiente livre após a edição do novo marco legal do Saneamento Básico. Nos demais, a alta resulta tanto de uma melhora na atividade dos setores produtivos do país como do próprio crescimento do ambiente livre. Em janeiro, de 2024, o segmento, que até então estava restrito a grandes consumidores, passou a poder receber empresas e até pessoas físicas de médio e pequeno porte, desde que conectados na rede de alta tensão. Com isso, a Câmara de Comercialização registrou o maior volume de migrações de sua história.
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Consumo por região
Quase todos os estados registraram um consumo maior em 2024, em relação ao ano anterior. Destaque para o Amazonas (11,6%) e o Maranhão (9,8%), que apresentaram temperaturas acima da média histórica. No caso maranhense, a indústria de metalurgia e produtos de metal também puxou o crescimento expressivo do ambiente livre. Apenas duas regiões tiveram reduções: o Amapá (-2,3%) e o Distrito Federal (-0,7%).
Geração renovável
O Brasil gerou 66.024 megawatts médios de energia elétrica em 2024 a partir das suas usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa, segundo a CCEE. O volume representa 91,2% de toda a eletricidade produzida no ano. Juntos, os parques eólicos e as fazendas solares espalhadas pelo país foram responsáveis por mais de 15 mil megawatts médios, montante 17% maior do que em 2023.