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Transição energética justa só existe se o consumidor for a figura central, afirma Gerusa Côrtes, vice-presidente da CCEE

Executiva fala da relação entre a transição energética e a abertura do mercado livre aos consumidores regulados durante EVEx Lisboa.

Publicado em: 09/10/24 15:19 hs | Atualizado em 11/10/24 11:20 hs

Gerusa Cortes vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE no painel sobre o mercado livre de energia no evex lisboa

Nesta quarta-feira (09/10), Gerusa Côrtes, vice-presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, participou de painel sobre o mercado livre de energia durante o EVEx Lisboa, evento que reúne os maiores players do setor na região Ibérica e na América Latina. Na ocasião, a executiva apresentou um panorama no qual analisa a relação entre a transição energética e a possibilidade de acesso ao ambiente livre para os consumidores brasileiros.  

“Só podemos falar de transição energética justa, se colocarmos o consumidor como figura central”, comentou ao reforçar que a CCEE está comprometida para que, no futuro, ocorra uma abertura de forma eficiente, sustentável para o setor e segura para todos os consumidores. Gerusa lembra que o desenho regulatório brasileiro se desenvolveu na década de 90, e mesmo com os aprimoramentos ocorridos ao longo dos últimos 25 anos, o setor ainda precisa olhar com cuidado para esse momento.  

A executiva lembrou que a expansão do mercado brasileiro esteve ancorada na realização de leilões que, por sua vez, estão representados em acordos de longo prazo contratados pelas empresas de distribuição. “Por isso, precisamos de um olhar muito cuidadoso para o mercado regulado, no qual as distribuidoras atuam e precisam que seu negócio continue sustentável”, explicou.  

No entanto, a vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE lembra que a liberdade de escolha é algo que o consumidor anseia. “Apenas neste ano, até o mês de setembro, a migração de consumidores ao mercado livre de energia superou em 150% o valor total de migrações de 2023 inteiro”, disse. Segundo ela, trata-se de um número particularmente importante, pois demonstra o quão relevante será o papel do consumidor na transição energética, por conta dessa resposta positiva ao direito de migração.  

A partir da migração ao mercado livre, o consumidor passa a ter alternativa de buscar fornecedores que atuam apenas com energia limpa, o que também deve respaldar a expansão da matriz por meio de fontes renováveis, estimulando a transição energética pelo caminho da sustentabilidade ambiental. Além disso, terão a alternativa de buscar também por preços mais competitivos.  

Participaram do mesmo painel, Ricardo Nunes, diretor de estratégia do The Iberian Energy, Camila Schoti, diretora executiva de Marketing & Growth da (re)energis, e Guillermo Soler, diretor-geral da Endesa Portugal. O encontro foi moderado por Ana Luís de Sousa, secretária executiva da APE – Associação Portuguesa da Energia. O EVEx Lisboa aconteceu ontem (8/10) e hoje (9/10), na Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa, capital portuguesa.

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